...MOVIMENTAR...


Aberto a todas as pessoas que se propõem a "enxergar o mundo além do que os olhos podem ver".
Sejam todos bem-vindos!



domingo, 7 de novembro de 2010

diálogo

Direito e teatro se comunicam. O direito conduz o homem em sociedade. O teatro reflete um contexto histórico, relações sociais desse próprio homem conduzido pelas leis. O direito dita regras do homem (da vida) em sociedade. O teatro retrata a própria vida em sociedade (guiada pelas leis).


Direito e Teatro, cada qual a sua forma, lida com o conflito humano, comunica-se com a sociedade e tenta o aperfeiçoamento para a sua transformação. No direito, a busca da justiça é o meio em que a transformação humana é o fim. O teatro por si só é transformador.


A ideia de tentar levar para o mundo jurídico a “consciência” de que imensa é a contribuição das artes cênicas para o cotidiano forense, nasceu em 2005, quando do I Curso de Pós-Graduação em Interpretação Teatral pela Universidade Federal de Uberlândia-MG. Sob orientação de Luiz Humberto Arantes Martins, a investigação sobre o diálogo entre o Direito e o Teatro se iniciou e culminou nos escritos intitulados "TEATRALIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI - PALCO E PLATEIA - DIÁLOGO ENTRE O DIREITO E O TEATRO", trabalho selecionado para ser apresentado no I Seminário de Direito e Literatura pelo curso de pós-graduação em Direito da PUC-MG (2006).


Das ideias, a prática. E uma busca que era pessoal, com a finalidade única de aprofundar a pesquisa, se estendeu para uma busca maior, coletiva, a de tentar contribuir para a formação dos operadores jurídicos, através do conhecimento teatral. O pontapé para a "aplicabilidade" da teoria na prática, se deu em agosto de 2010, nos corredores do fórum de Patos de Minas, quando acompanhando as amigas Maria Lúcia Gonçalves, Helen Dy Paula Gonçaves e Laís Marques, reencontrei o amigo-colega de faculdade Abelardo Medeiros Mota, hoje coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas do Curso de Direito do UNIPAM (Patos de Minas-MG). De uma simples e rápida conversa, nasce o Projeto Cultural TEATRANDO NO DIREITO apresentado ao professor Leonardo Caixeta (diretor do referido curso) e aprovado com muito incentivo. Inicia-se assim, em outubro de 2010, através de oficinas teatrais ministradas para os alunos de Direito do UNIPAM, o TEATRANDO NO DIREITO.


Durante a pesquisa na UFU, contatei a FAAP, que traz na grade curricular do Direito, a disciplina de teatro. Após a defesa de monografia, Luiz Humberto me "presenteou" com o contato de Zé Henrique, um dos idealizadores do Projeto "Teatro na Justiça" da EMERJ. Tão feliz fiquei pela "conexão" de assuntos afins, pela sua receptividade e generosidade em conversar comigo. Sua primeira resposta a mim, foi "temos muito pra conversar sobre o Direito e o Teatro". Ele e Sílvia Monte já percorriam caminho desde 1999. Eu não sabia! Em dezembro de 2008, Sílvia Monte me permitiu acompanhar o processo de criaçaõ de "o Bilontra", mas por motivos outros, não pude ir. Zé Henrique me enviou pelo correio catálogos sobre o Projeto, que não só guardo com carinho, mas repasso para os meus, para o repasse de conhecimento e também como prova do que deu certo e de que eu não pensava sozinha.


Os paradigmas estão sendo quebrados. A aceitação do Teatro no Direito está acontecendo. É trabalho de formiguinha, mas acontece. Floresce! Ana Cristina Barbosa, levou a proposta TEATRANDO NO DIREITO até o Curso de Direito da FACTU de Unaí. O professor Edgar Elias, coordenador do curso, muito me surpreendeu com um telefonema, dizendo da sua curiosidade e se aceitávamos o convite para participarmos do IV Encontro de Pesquisas Jurídicas, como forma de apresentar o projeto aos alunos, ao Curso. Fico contente com a "rede" que se forma, com os "pensamentos" que se conectam a partir de um despertar. Espero que outros olhares para o teatro possam se dar pelas "lentes" do Direito. O auto-conhecimento, sabemos, é a mola propulsora para qualquer avanço. E o teatro propicia isso, o desmascaramento. Que caiam os véus!


Obrigada aos alunos participantes, pela prontidão. Ao mestre Leonardo e ao estimado Abelardo, pela aposta no trabalho e por "enxergarem além do que os olhos podem ver". À Helen dy Paula e Tininha Barbosa, por integrarem a equipe de produção e compartilharem saberes e fazeres. Á Consuelo Nepomuceno, coordenadora do NAC (Núcleo de Arte e Cultura do UNIPAM), pela oportunidade. Aos caros poetas-jurídicos Jefferson Neto e Ricardo Carvalho, ao grande artista Flávio Campos, ao sábio jornalista Cabo Jô, pela torcida e por terem acreditado na "materialização" desse diálogo, ainda num momento em que era um "mundo" impossível e que, em resposta às buscas, eu apenas ouvia "o que é que tem a ver direito com o teatro?". E é claro, ao Luiz Humberto, por ter sido meu guia. Na sua condição de professor-orientador, foi quem possibilitou os primeiros passos da pesquisa, do caminhar. A luz! Ao invés de censurar, ele indicava os livros, me instigava a pensar e sempre dizia "você está no caminho certo".


Obrigada pelos que agora se "formam" plateia!


Sejam todos bem-vindos nesse "diálogo" que cada vez mais se forma, transforma e desperta novas possibilidades e escolhas.

Um comentário:

  1. Gente isso é muito interessante, gostei demais da ideia e quero acompanhar para entender melhor.

    ResponderExcluir